A frase acima é (provavelmente) do guru da administração Tom Peters e foi adaptada na campanha de lançamento da revista General em 1994. Se já era uma realidade há quase 20 anos, não parecia que estaríamos cada vez mais confusos justamente por estarmos cada vez mais absortos em informação e opinião. Senão, vejamos oito ocorridos no apagar das luzes de 2011:

  • Na semana em que o deputado BBB Jean Willys bateu boca com Marta Suplicy por causa da PL122 [“se ela é uma aliada histórica, eu sou um homossexual que conhece no corpo o peso da homofobia”], André Forastieri escreveu em sua coluna sobre Identity Politics. Chamou a prática “capital de negociação eleitoral”: “Deputado Tal faz lei protegendo tal grupo, leva os votos do grupo; virou também uma maneira de gritarmos ao mundo nosso narcisismo”. E pergunta: “Não há um que de egoísmo, quando você coloca os seus problemas acima dos problemas dos outros?”
  • Numa edição pró-maconha da Trip, Ricardo Guimarães atenta para o óbvio: “Imagino a maconha liberada e os gestores do seu negócio com metas de aumentar o consumo per capita. Que estratégias seriam arquitetadas para que o ambicioso e jovem gestor merecesse seu bônus e sua promoção por ter aumentado as vendas de maconha junto aos seus segmentos-alvo?”. Enquanto isso, Fernando Henrique Cardoso vira “o Al Gore da maconha” e Marcelo D2 vira garoto-propaganda das canetinhas Sharpie:

 

O pior dano que podemos cometer contra o texto bíblico é lê-lo de forma literal em sua totalidade. Os princípios das Escrituras se aplicam a todo tempo e cultura, mas não os seus métodos. Numa sociedade em que a violência infanto-juvenil é presente e patente, não ter nenhum instrumento de regulação radical e ostensivo que combata qualquer tipo de violência mínima contra a criança é um perigo. A maioria dos pais que conheço, que lançam mão da “vara”, do “chinelo” ou da “palmada”, até o fazem de forma equilibrada. Para manter o pretenso “direito” desses, estamos com um leque aberto que, junto da manutenção desse direito, deixa brechas e liberdade para a outra porcentagem, muito maior, de pais que, com o pretexto da disciplina, violentam e ferem suas crianças com marcas físicas e emocionais que durarão, muitas vezes, para sempre. Abro mão de meu “direito” de dar umas “palmadas” (até) com amor em meus três filhos, se isso garantir o direito de um sem-número de crianças de não serem violentadas por pais que as infringem de forma violenta e irreversível.