A canção mais infernal de Roberto Carlos
Estava no táxi em Porto Alegre, em direção ao aeroporto Salgado Filho, quando entra no rádio “Quero que vá tudo pro inferno”, modelo 1965 original na voz do autor, Roberto Carlos, o Brasa. Claro que bastou a introdução lamuriosa de teclados para que o motorista puxasse o assunto de como o cantor-autor havia banido de seu repertório a canção, o maior clássico dos tempos do iê-iê-iê, devido a uma mistura de entendimento religioso, superstição e transtorno obsessivo. Resolvi entrar no jogo: “Acho curioso que a música mais diabólica, infernal, do repertório do Roberto ele continue cantando, e ninguém nunca tenha parado para refletir sobre ela”, eu disse, com ar misterioso. O piloto, que se identificou como grande fã e conhecedor da obra de Roberto, quis saber que música seria essa.